Trabalho de Luís Augusto Soares Castellón foi realizado em conjunto com a professora Renata Maria Toscano
O mestrando Luís Augusto Soares Castellón, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Cognitiva da UFPE, foi agraciado com a Menção Honrosa durante o V Congresso Sul-Brasileiro de Cognição e o XIV Encontro Anual do Instituto Brasileiro de Neuropsicologia e Comportamento (IBNeC). O evento ocorreu no último sábado (19), em Florianópolis, Santa Catarina. O reconhecimento foi concedido pelo trabalho intitulado “Alterações na percepção de duração do tempo em universitários dependentes de smartphone”, realizado em conjunto com sua orientadora, a professora Renata Maria Toscano, coordenadora do Laboratório de Neurociência Cognitiva (LNeC) da UFPE.
O estudo contou ainda com a colaboração dos pesquisadores Jonathan Bento Cavalcanti e do professor Fábio Galvão Dantas, ambos da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), além da mestranda Layse Pereira da Costa (UFPE). A pesquisa examinou como o uso excessivo de smartphones pode alterar a percepção de tempo entre universitários, tema de grande relevância no contexto contemporâneo, marcado pelo uso massivo de dispositivos digitais.
O trabalho utilizou uma abordagem correlacional, transversal e quantitativa. Foram avaliados 155 universitários, dos quais 115 eram do sexo feminino e 40 do sexo masculino, com idade média de 21,5 +/- 4,24 anos anos. Os participantes responderam, on-line, à Escala de Dependência de Smartphone (EDS) e a um questionário sobre a percepção da duração de um estímulo temporal. O tempo médio de uso diário de smartphone foi de 7,095 +/- 2,98 horas. O estudo revelou que indivíduos com maior dependência de smartphones tendem a apresentar uma percepção dilatada da duração dos estímulos, ou seja, sentem que o tempo passa mais devagar em relação àqueles que utilizam o aparelho com menos frequência.
A pesquisa apontou uma correlação significativa entre a dependência do smartphone e a percepção de tempo (r = 0.282, p < 0.001). Além disso, foi observado que as mulheres apresentaram maiores níveis de dependência do que os homens (t = 2.567, p < 0.05). “Os resultados sugerem que quanto maior a dependência do aparelho de smartphone, maior a percepção de duração do tempo ou de que os estímulos são mais demorados (dilatação do tempo)”, explica Castellón.
O V Congresso Sul-Brasileiro de Cognição e o XIV Encontro Anual do IBNeC são reconhecidos por promoverem discussões de alto nível sobre as descobertas mais recentes nas áreas de neuropsicologia e comportamento. A Menção Honrosa concedida ao pesquisador da UFPE reafirma a qualidade e a relevância dos estudos desenvolvidos pelo Laboratório de Neurociência Cognitiva da instituição.