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Defesa da universidade pública

Publicado no Jornal do Commercio, no dia 7 de maio de 2019

Por Anísio Brasileiro

As universidades públicas se constituíram, ao longo de séculos, patrimônios da humanidade. É o caso da Universidade de Paris, a famosa Sorbonne, berço dos estudos de filosofia, história, sociologia, direito; das universidades de Londres; Santo Domingos, a primeira das Américas; e, é claro, as brasileiras, como a do Rio de Janeiro, a de Brasília (criada por Darcy Ribeiro), a do Rio Grande do Sul, da Paraíba ou a nossa UFPE. Fazemos parte desse conjunto de 63 universidades, essenciais para a construção de um projeto de desenvolvimento soberano e inclusivo para o Brasil.

É no sentido de defender esse patrimônio que foi criada, no Congresso, a Frente Parlamentar em Defesa da Universidade Pública. A UFPE vem respondendo aos desafios postos pelo país. Seu projeto de interiorização, seus cursos de graduação em educação indígena, suas políticas de cotas e de assistência estudantil, seus institutos de estudos sobre América Latina, África, Ásia e o Instituto Futuro mostram seu compromisso social, sua defesa da diversidade, da liberdade de expressão, da democracia e dos direitos.

Nesse momento dramático em que vive o Brasil, onde recursos de R$ 2,2 bilhões são cortados pelo governo do já insuficiente orçamento das universidades, sem critério racional, é preciso reafirmar a necessidade da universidade pública, gratuita, orientada para a excelência na formação e inclusão social; para a qualidade da produção do conhecimento; para a internacionalização como política de construção de conhecimentos para o exercício da solidariedade entre povos; e para a eficiência na governança institucional.

É fundamental resistir. Para isso contamos com o apoio de nossos aliados. À sociedade a quem servimos, reforçamos o compromisso de orientar pesquisas para a qualidade de vida dos brasileiros; às empresas públicas e privadas, reafirmamos compromisso com projetos que produzam inovações para manter a competitividade e presença em mercados globais; aos governos, em especial a nível local, através de convênios com prefeituras, seguimos buscando capacitar homens e mulheres para empreender e criar seus próprios projetos.

Ao mesmo tempo, devemos manter nossa coesão interna, interagindo com nossos estudantes e suas famílias, juntos com nossos servidores técnicos e docentes, em torno do projeto da educação superior pública, integrada com a educação básica de qualidade. Defender a UFPE é defender a soberania nacional. É defender o Brasil!

Anísio Brasileiro é reitor da UFPE

 

Data da última modificação: 09/07/2019, 10:31

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